Espécies
Espécies de peixes de água doce
As espécies de água doce são mais produzidas no Brasil, mas a prática varia conforme as condições ambientais de cada região, sendo algumas mais favoráveis para pescados específicos. Confira uma lista com as 21 mais conhecidas e importantes:
Principais espécies de
peixes cultivados no Brasil
Apesar de já tradicionais em outras partes do mundo, a piscicultura nacional é mais focada na produção de espécies de água doce. De acordo com a EMBRAPA, os peixes mais cultivados no Brasil atualmente são:
Norte
tambaqui
pirapitinga
tambatinga
pirarucu
jatuarana
Nordeste
tilápia
Centroeste
tambaqui
pacu
pintados
Sudeste
pacu
pintados
Sul
tilápia
jundiá
Tilápia
Esse peixe pertence à família Cichlidae e apresenta mais de 10 variações em seu habitat, chegando aos 4,3 quilos de peso e 60 cm de comprimento. A espécie é nativa da África. Atualmente presente no mundo todo, no Brasil ainda é proibida nos estados da bacia Amazônica, mas largamente produzida em todas as outras regiões do país.
Para produção, é possível usar viveiros escavados, tanques de rede, gaiolas flutuantes ou raceways. Por esses motivos, é considerado o “carro-chefe” de nossa aquicultura.
Carpa
A carpa comum pode chegar a mais de 1,2 metro e 40 kg, porém, normalmente é comercializada ainda pequena — entre 1 e 6 kg. A espécie tolera temperaturas entre 4ºC e 36°C do ambiente aquático. No Brasil, sua produção concentra-se nos estados do Sul e Sudeste.
As carpas fazem parte da família Cyprinidae, que conta com mais de 200 espécies distribuídas em mais de 200 gêneros e é considerada a maior entre os peixes de água doce. Existem diversas variações desse peixe, que mudam em tamanho, peso, cores e até mesmo comportamentos.
Muitas delas surgiram por mutação genética espontânea da espécie mais comum: a carpa comum ou cinza. Entre as mais usadas em aquicultura, estão a carpa húngara, a carpa capim, a carpa prateada, a carpa cabeça grande e as coloridas utilizadas para ornamentação (pois apresentam cores variadas como laranja, branca, marrom, preta, amarela, dourada ou vermelha), também conhecida pelo nome em japonês: nishikigois — todas são exóticas, por isso só são encontradas em cativeiro.
Tambaqui
O tambaqui (Colossoma macropomum) é um peixe de origem amazônica que se destaca na produção em viveiros. É mais cultivado e consumido na região Norte do país — mais especificamente, na Amazônia, Rondônia e Mato Grosso. A espécie pode medir 90 cm de comprimento e pesar até 45 kg.
Pacu
O pacu (Piaractus mesopotamicus), pacu caranha ou, simplesmente, caranha faz parte da família Serrassalmidae, sendo encontrado na Bacia Paraná/Paraguai.
Na aquicultura, a produção do pacu é destaque na região Centro-Oeste — Mato Grosso, Goiás e Mato Grosso do Sul. Normalmente, produzidos em represas rurais e viveiros escavados, mas se adaptam a tanques-rede também. Esse peixe é onívoro em seu habitat, podendo ultrapassar 20 quilos e alcançar 70 a 80 cm de comprimento.
Pirarucu
Pirarucu (Arapaima gigas). Nativo da Bacia Amazônica e Araguaia/Tocantins, sendo pouco conhecido nas outras regiões do país, o pirarucu pertence à família Arapaimidae e também é conhecido como bacalhau da Amazônia, local em que é encontrado. Esse peixe apresenta alimentação bem variada, composta de peixes, tartarugas, caramujos, plantas, gafanhotos e cobras. Quando adulto, na natureza ele chega a ultrapassar os 2 metros de comprimento e pode pesar até 300 quilos.
A produção dessa espécie na piscicultura é feito em represas rurais, viveiros escavados, tanques acima do nível do piso ou tanques de rede. Sua carne não tem espinhos em “y” e é um peixe com boa comercialização, o que indica uma ótima oportunidade para quem quer entrar no mercado.
Pirapitinga
Pode alcançar até 88 cm de comprimento e 25 quilos, apresentando boas características para aquicultura.
Piraíba
Pode existir em pequeno, médio e grande porte, alcançando até 300 quilos e 3 metros de comprimento, entretanto, o mais comum são os exemplares menores.
Pirarara
Piau-açu
São peixes onívoros que comem de tudo e podem chegar a até 68 cm de comprimento, pesando no máximo 5,3 quilos.
Grupo Matrinxã
Quatro espécies de peixes fazem parte do grupo Matrinxã ou Matrinchão (Brycon sp): o piraputanga (Brycon microlepis), o jatuarana (Brycon sp), a piracanjuba (Brycon orbignyanus) e a piabanha (Brycon insignis). Todos fazem parte da família Bryconidae, gênero Brycon, e apresentam boas características para a aquicultura no Brasil.
A piraputanga apresenta características que lembram grandes lambaris, chegando próximo aos 3 quilos e 60 cm de comprimento. São encontrados em toda a bacia Paraguai, habitando a maior parte dos rios pantaneiros.
Já a espécie jatuarana apresenta corpo alongado, escamas de coloração prateada e uma mancha escura atrás do opérculo. São peixes encontrados na bacia Amazônica, mais exatamente em águas rápidas, como cachoeiras. Alimentam-se de insetos, frutos e pequenos peixes. Pode chegar a 40 cm de comprimento pouco mais de 4 quilos de peso.
Por fim, o piracanjuba, que também é conhecido popularmente como pera, piracanjuva, bracanjuva ou bracanjuba, pode ser encontrado nos estados de São Paulo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, sul de Goiás e no Paraná. É um peixe onívoro e se alimenta de insetos, pequenos peixes e frutas. Em termos de tamanho, chega a 70 cm de comprimento e 8,6 quilos.
Cachara
O cachara (Pseudoplatystoma fasciatum), ou surubim, está distribuído em nove famílias, que se diferenciam por suas características físicas. Alcançam no máximo 1,2 metro e 70 kg, são carnívoros e se alimentam de outros peixes.
É um peixe de água doce e encontrado nas regiões Centro-oeste e Norte, nas bacias Araguaia-Tocantins, Amazônica e Prata, além dos estados de São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina.
Pangassius
O pangassius (Pangasianodon hypophthalmus) pertence à família Pangasiidae. É uma espécie que alcança até 1,3 m e pode ser encontrado de forma natural apenas na Ásia, nas bacias Mekong e Chao Phraya. Mesmo não sendo natural do Brasil, o peixe tem chamado a atenção para a aquicultura, sendo uma ótima opção para quem deseja entrar no mercado.
Dourado
O dourado (Salminus brasiliensis) é da família Bryconidae e subfamília Salminidae e é considerado o “rei dos rios”. Ele pode chegar a 1 metro de comprimento e pesar até 31 kg, dependendo de seu habitat.
É uma espécie carnívora que se alimenta de pequenos peixes. Normalmente, é mais encontrado na bacia do Prata.
Curimbatá
Curimbatá (Prochilodus sp). Pertencem à família Prochilodontidae. Também conhecida como “sardinha dos rios brasileiros”, essa espécie apresenta características físicas que variam entre gênero. Enquanto os machos podem pesar mais de 5 quilos e chegar aos 58 cm, as fêmeas ultrapassam os 70 cm e pesam mais de 6 quilos em alguns casos.
O peixe é facilmente encontrado em todo o país, estando mais presente nas bacias Amazônica, do Prata, do São Francisco e Araguaia-Tocantins.
Jaú
O jaú (Zungaro jahu) é da família Pimelodidae e é considerado um dos maiores peixes de água doce do Brasil, chegando a pesar 120 kg e medir até 1,6 metro. É nativo da Bacia do Paraná-Paraguai.
Truta-arco-íris
Truta-arco-íris (Oncorhynchus mykiss). Esse peixe pertence à família Salmonidae. A espécie é originária da América do Norte e foi introduzida no Brasil no final da década de 40, na região de Campos do Jordão (SP). Atualmente, é produzida em grandes altitudes, nas regiões Sudeste e Sul do país.
Esse é um peixe carnívoro que pode alcançar 1,22 metro de comprimento e pesar mais de 25 quilos.
Lambari
O lambari é da família Characidae e é conhecido como “sardinha de água doce”, piava, piaba, matupiris ou lambari do sul. É um peixe pequeno e não passa dos 10 cm.
Muito popular em todo o Brasil, sendo encontrado em todas as regiões.
Pintado
O pintado (Pseudoplatystoma corruscans) faz parte da família dos Pimelodidae e possui distribuição exclusiva na América do Sul, presente no Brasil nas bacias do Rio Paraná a e do rio São Francisco, onde são encontrados com até 100 kg e 1,7 metro de comprimento.
Tucunaré
O tucunaré (Cichla spp) faz parte da família Cichlidae, junto com, pelo menos, outras 14 espécies do peixe. Os maiores podem chegar a 1 m e são encontrados nas bacias Amazônica e Araguaia-Tocantins, em reservatórios da bacia do Prata e algumas regiões do rio São Francisco.
Traíra e Trairão
Os traíras e trairões (Hoplias spp), também conhecidos como lobós, são peixes pertencentes á família Erithrynidae e são exclusivos da América do Sul. Esses peixes podem alcançar até 13 kg e 1 metro de comprimento, e estão presentes em quase todo o território de água doce nacional — em açudes, lagos e reservatórios.
Jundiá
Jundiá (Rhamdia quelen e Learius marmoratus). Pertencente às famílias Pimelodidae e Heptapteridae, o jundiá onça pode atingir mais de 10 quilos e medir até 1 metro. Esse peixe é encontrado na bacia amazônica, com captura facilitada na divisa entre o Mato Grosso e Pará.
Uma característica interessante é que sua maturidade sexual é atingida no primeiro ano de vida nos dois gêneros, e após 17 ou 18 cm ambos estão preparados para reprodução.
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